Cidades Amazônicas

Autora: EDNA CASTRO

Ano: 2024
Resumo: Este livro reúne textos publicados em momentos diferentes e em diversos veículos de difusão, todos resultantes de pesquisas realizados no âmbito da Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, NAEA, da Universidade Federal do Pará, de minha autoria, com exceção do Capítulo 7, Simbologia do rural-urbano em Altamira: políticas, mediaçõ es e identidades, em co-autoria com Sara Alonso. O interesse central das problemáticas de pesquisas era o entendimento de como as relações sociais se configuravam nas pequenas e grandes cidades amazônicas, considerando a história da ocupação, a composição de classes, raças e etnias e os modos de viver com a natureza. Essas três dimensões foram incorporadas como referências metodológicas nas pesquisas que contaram com o apoio do CNPq e da FAPESPA. Mostram como as cidades foram vistas, algumas vezes a partir de áreas rurais, ou de comunidades quilombolas, como nos estudos sobre o quilombo de Abacatal que poderia ser identificado como um bairro de Ananindeua, digamos, um bairro rural, mas não é o caso pois se trata de uma singularidade que tem a ver com várias dimensões: da memória da escravidão, das subjetividades e da cultura de pertencimento. Em grandes linhas nos parece necessário incluir, ou pelo menos problematizar, as relações urbano-rural, a dinâmica da ocupação, os tipos de uso do território e as demandas de intervenção a partir de políticas públicas de democratização do uso do espaço urbano na cidade. Significa pensar em categorias mais contextualizadas com a realidade social do lugar, e com a sua história particular. Talvez justamente por falta de um olhar mais inclusivo sobre ao fenômeno urbano e a diversidade de tipos de agregação e pertencimento social, alguns autores concluam erroneamente, que na Amazônia, excetuando as grandes e talvez as médias cidades, e reconhecer que não há uma real malha urbana que interligue cidades em escalas diferentes. A questão posta neste livro, é outra na medida que procura entender os lugares de pertencimento, e os espaços interconectados do urbano-rural-étnico que conformaram grande parte do povoamento da Amazônia.

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